26 de janeiro de 2007

sorte na vida

a história de um homem comum:

em 1956, mês quarto, décimo primeiro dia, nasce joaquim oliveira. garoto saudável, pesado, homem de futuro. nos primeiros anos de vida, brincou; também deixou de brincar – exigência do pai, severo. seguiu. os primeiros passos; as primeiras palavras; travessuras... releva-se – o homem cresce. no básico, destaca-se – mas sem muito destaque, porque, nesse período, tudo é muito passageiro, as pessoas não notam. do ensino médio temos algumas lembranças: uma boa dúzia de raparigas; medalhas no futebol; um primeiro lugar na feira de ciências – vulcão em erupção, ordinário e eficaz. vem a faculdade, com aprovação no segundo vestibular, excelente – no período, mas duas dúzias, ou três, de interessadas. mas é difícil viver como arquiteto... distrito federal, melhor pleitear uma vaga no serviço público... como? estudando. r$ 1.200 o primeiro cursinho, à vista. joaquim amarga o 1149º lugar – 38 vagas para o cargo pretendido. a vida segue, mas não dura, disseram. parte para o segundo turno: terceiro colocado, satisfatório, acredita. segue. estabilidade, tranqüilidade, fraternidade... sorte na vida. joaquim não estava muito certo, mas, vez ou outra, descansado no conforto de uma poltrona, a um canto da sala de estar, encontra-se satisfeito. o escritório de obras, que abrira com a ajuda o pai, prosperava... tempo de agir, seguir. uma esposa, uma companheira, não trouxe algo que não alegria... e um ou outro aborrecimento, mínimo, em discussões sobre o cotidiano e a vida... no mais, prazer. seqüente e conseqüentemente, vieram os filhos. lindos, mínimos, saudáveis. esses crescem, assim como o patrimônio de dr. oliveira. em família, seguem, felizes, diria. 2004, 2005, 2006... dr. oliveira e seus filhos, criados, assistem ao noticiário no fim do dia... apoiado no ombro da filha, a dilatação anormal de uma artéria cerebral leva-a ruptura, sem vômito, rigidez na nuca ou convulsão. é quando morre joaquim oliveira, próspero, pai de dois filhos.

Um comentário:

diocleciano disse...

nao tinha entendido da outra vez, nao entendi dessa. O proposito, nao a historia. Depois sou eu que nao me preocupo com o conteudo do que escrevo...