27 de fevereiro de 2008

passa, tempo, passa...

... enquanto passa, espero, apenas, e de tal forma que domino já o sudoko, o mahjong, a paciência... e assim, competente, sequer considero um desafio, passar tempo.

... tem gente esperando o fim do expediente, o início do jogo, o próximo capítulo... gente esperando o fim do ano, um novo início, a próxima encarnação... pessoas são ansiosas, conversam com o relógio, rabiscam o calendário... eu não! eu apenas espero, mas me enquadro, e vez ou outra me supero no jogo da velha.

mas eis que surge uma causa, e me descubro solidário, mesmo dedicado... é a ultima página. a luz se apaga e os sonhos tomam o seu devido lugar.

conheço um cara que é diferente, gosta de diretas, ignora o jogo dos erros. diz que acumula conhecimento, não perde tempo... e eu me pergunto: pra quê? contrário à fantasia, nove letras... é o que sempre diz: a vida é cruel, há de punir tanta displicência.

amém!

nos classificados encontro uma posição: “assistente de pesquisa... superior completo ou cursando, pacote office, internet, inglês fluente e boa bagagem cultural... não admitimos usuários de sudoku, mahjong e/ou paciência”. não, aqui eu não me enquadro.

mas eis que surge uma moça, um anjo que parece dar sentido à vida... o tempo passa, a imagem agradável se esvai e a voz suave dá lugar ao silêncio solitário, uma vez mais.

um dito pensador disse uma vez: “muito tempo tem aquele que não o perde”. não perco. eu não! passar tempo é o meu negócio. velho, já, passei muito tempo nesta vida... de fato, é o que faço, o que faço de melhor!

e se perco, bom... e se perco?

mas eis que o caso se apresenta relevante, e baixo a cabeça, confuso, aflito... é o fim da história... os créditos rolam e as luzes se acendem, ofuscando o que há de ideal, o desejo.