20 de janeiro de 2008

dia-a-dia de crônicas

fim de tarde. entro em um café e pergunto, checando a estufa com salgados: estão quentes? ao que responde um jovem uniformizado do outro lado do balcão: sim senhor. saíram do forno faz pouco tempo. vou querer um risoli, por favor, prossigo. o rapaz então me serve um salgado gelado. está gelado, digo, surpreso: você não disse que havia saído do forno faz pouco tempo? pois é... argumenta, gozador: faz já um tempinho. o senhor não vai querer?

em um outro café, vizinho, longos cabelos dourados, olhos claros e um sorriso de moça sapeca me obrigam a tentar novamente: os salgados, pergunto, estão quentes? estão, sim, atende, prestativa. e o que você recomenda? nós temos esfirra de carne e de frango; enroladinho de salsicha, queijo, queijo e presunto; folhados; este aqui, pão da vovó; aquele, pão pizza... ok! ok! interrompo a apresentação do cardápio: o que é que você recomenda? ah, moço! eu gosto de risoli... mas acabou!!!
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tarde da noite... meu irmão, thiago, propõe: sabe o celva (centro de esporte e lazer vida ativa)? música ao vivo, cardápio variado e cerveja gelada... um belo apelo, creio. o que você acha? tarde da noite... eu, sem muita perspectiva, aceito: não tenho idéia melhor...

no celva, depois de desembolsar 20 pratas pra atravessar o portão principal, não encontro mesa alguma próxima ao palco! voltamos, então, e um pouco mais, até encontrar uma mesinha no canto, longe, onde nos instalamos. com o cardápio aberto, procuro por torta de frango, receita que experimentei anos atrás, quando conheci o lugar... não encontro torta alguma! vamos à cerveja, declaro, um tanto decepcionado... mas onde está o garçom? não o encontro em parte alguma! meia hora mais tarde, depois da promessa de ser atendido em um minuto, um estalo, uma idéia melhor: thiago, vamos pra outro lugar?

devido às circunstâncias (atendimento ruim + final de mês), decidi reaver o dinheiro investido na entrada... mas o caixa, protegido atrás da barreira de vidro, protesta, balançando a cabeça negativamente: isso não vai ser possível, meu amigo! como não vai ser possível, brada o meu irmão impaciente, testando a resistência do muro: onde está o gerente? um senhor franzino, de expressão triste e conformada, intrometer-se: eu sou o gerente. peço que me desculpem a falta... o atendimento, lento, eu lamento... vou devolver o seu dinheiro... e confessa: no seu lugar, eu faria o mesmo.

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