24 de junho de 2008

7 de março de 2008

ana

no início, uma voz, ou nem mesmo isso, pois que, ainda que me fascinassem os versos, não ouvia seus lábios... bastava-me, porém, a beleza do pensamento.

desconhecia o sorriso simpático, o narizinho atrevido, o olhar solidário, os descontraídos fios de seu cabelo castanho... mas adivinhava sua figura através das palavras, o que inspirou extenso e vívido sonho, tão intenso, que achou de se revelar real... o beijo doce, o carinho, a cumplicidade... por um instante compartilhamos o mesmo desejo.

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agora, saudade.

27 de fevereiro de 2008

passa, tempo, passa...

... enquanto passa, espero, apenas, e de tal forma que domino já o sudoko, o mahjong, a paciência... e assim, competente, sequer considero um desafio, passar tempo.

... tem gente esperando o fim do expediente, o início do jogo, o próximo capítulo... gente esperando o fim do ano, um novo início, a próxima encarnação... pessoas são ansiosas, conversam com o relógio, rabiscam o calendário... eu não! eu apenas espero, mas me enquadro, e vez ou outra me supero no jogo da velha.

mas eis que surge uma causa, e me descubro solidário, mesmo dedicado... é a ultima página. a luz se apaga e os sonhos tomam o seu devido lugar.

conheço um cara que é diferente, gosta de diretas, ignora o jogo dos erros. diz que acumula conhecimento, não perde tempo... e eu me pergunto: pra quê? contrário à fantasia, nove letras... é o que sempre diz: a vida é cruel, há de punir tanta displicência.

amém!

nos classificados encontro uma posição: “assistente de pesquisa... superior completo ou cursando, pacote office, internet, inglês fluente e boa bagagem cultural... não admitimos usuários de sudoku, mahjong e/ou paciência”. não, aqui eu não me enquadro.

mas eis que surge uma moça, um anjo que parece dar sentido à vida... o tempo passa, a imagem agradável se esvai e a voz suave dá lugar ao silêncio solitário, uma vez mais.

um dito pensador disse uma vez: “muito tempo tem aquele que não o perde”. não perco. eu não! passar tempo é o meu negócio. velho, já, passei muito tempo nesta vida... de fato, é o que faço, o que faço de melhor!

e se perco, bom... e se perco?

mas eis que o caso se apresenta relevante, e baixo a cabeça, confuso, aflito... é o fim da história... os créditos rolam e as luzes se acendem, ofuscando o que há de ideal, o desejo.

25 de fevereiro de 2008

doom 3

ok, não há nada de novo! mesmo a sua expansão é já coisa do passado... mas, não lembro onde ouvi alguém dizer: obrigado, id. é engraçado, acho, mesmo... inda assim, quero eu também agradecer... doom 3 é de longe o jogo mais emocionante que já tive o prazer de jogar... by id software.


(1) emocionante; (2) simples; (3) belo; (4) excelente; (5) clássico


... sobre a escala...

9 de fevereiro de 2008

joão & josé

amigos e sócios... e parceiros de jogo...

trabalham juntos no negócio do cachorro quente,

a tal carrocinha, um reboque velho, adaptado,

que sustenta os vícios e as virtudes de ambos.

o plano é mudar... um reboque maior, melhor ajustado...

e então tiram trinta, 30% de tudo que entra...

o sonho está já no papel.


além, como dito, investem no azar, no jogo,

sempre, aos sábados, todo o lucro...

(não o faturamento! o lucro...

pois, conscientes, não esquecem os trinta).


um dia, dia de jogo, josé decidiu manter uma parte, a sua.

joão rejeitou a idéia, porque havia sonhado com merda,

mas josé bateu o pé, pois precisava da grana pra curtir maria...

maria, um amor de menina.


joão então jogou só, e sozinho ganhou

mais dinheiro do que se pode contar.

não esqueceu o sócio, porém...

abriu mão de sua parte no negócio,

e ainda brindou josé com exatos 3 mil...

3 mil, para um reboque maior, melhor ajustado.


mas não, não houve mudança, não no reboque!

isso porque pedro, que só agora se apresenta,

quebrado, aceita 30 peixes para matar joão.

promete um serviço limpo, mas não dá recibo ou garantia...

e também não mata ninguém... foge com o tutu, o faz-me rir.


josé permanece na lida, com o mesmo reboque;

pedro sumiu;

joão, esse também não se vê...

dizem que está na bahia, em uma pousada tranqüila;

maria? então, dizem que está com o joão, feliz da vida...

filmes, os meus prediletos...

5 filmes 5 "estrelas"... é claro que o topo muda, tal qual o humor da gente, mas hoje são estes os meus preferidos, os que recomendo:


central do brasil (1998), de walter salles… a história de duas figuras carentes, que apenas sobrevivem em um mundo inóspito.

(1) honesto, (2) ora austero, (3) ora sensível, (4) sempre pertinente, (5) e humilde...
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cidade de deus (2002), de fernando meirelles… na favela do zé, o feioso do mal, ninguém rouba, estupra ou respira...


(1) ágil, (2) forte, (3) magnífico, (4), contundente, (5) histórico...
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despedida em las vegas (1995), de mike figgis… roteirista alcoólatra decide morrer depois de perder o emprego, a mulher e o filho.

(1) pungente, (2) compassivo, (3) triste, (4) incômodo, (5) humano...
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forrest gump (1994), de robert zemeckis… um homem limitado (assim como eu... ou você) vive como deve viver.

(1) completo, (2) comovente, (3) poético, (4) original, (5) íntegro...
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pulp fiction (1994), de quentin tarantino… um filme de foras-da-lei moderno, cool.


(1) ousado, (2) intenso, (3) divertido, (4) ímpar, (5) surpreendente…
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o porquê das aspas: nova escala

20 de janeiro de 2008

curiosidades – cinema\dinheiro


a mais generosa gorjeta de que tenho notícia é de responsabilidade do agente secreto britânico james bond, que atira displicentemente uma ficha azul ao croupier em um jogo de poker, no último filme da série, 007 – cassino royale. uma ficha azul, nada mais nada menos que meio milhão de dólares. impressionante é que o favorecido não me pareceu muito impressionado...

circunstancial

e por falar em comida...

fui outro dia ao mercado na intenção de comprar um destes novos grills, agora uma febre, promovida pelo gourmet e ex-campeão de boxe george foreman. encontrei exatamente o que procurava: chapa antiaderente; canaletas de escoamento; coletor de gordura; termostato; regulagem da distância entre placas...

encontrei também o que não procurava: entre chapas e grills; churrasqueiras, espetos e carvão... um simpático cartão...

dia-a-dia de crônicas

fim de tarde. entro em um café e pergunto, checando a estufa com salgados: estão quentes? ao que responde um jovem uniformizado do outro lado do balcão: sim senhor. saíram do forno faz pouco tempo. vou querer um risoli, por favor, prossigo. o rapaz então me serve um salgado gelado. está gelado, digo, surpreso: você não disse que havia saído do forno faz pouco tempo? pois é... argumenta, gozador: faz já um tempinho. o senhor não vai querer?

em um outro café, vizinho, longos cabelos dourados, olhos claros e um sorriso de moça sapeca me obrigam a tentar novamente: os salgados, pergunto, estão quentes? estão, sim, atende, prestativa. e o que você recomenda? nós temos esfirra de carne e de frango; enroladinho de salsicha, queijo, queijo e presunto; folhados; este aqui, pão da vovó; aquele, pão pizza... ok! ok! interrompo a apresentação do cardápio: o que é que você recomenda? ah, moço! eu gosto de risoli... mas acabou!!!
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tarde da noite... meu irmão, thiago, propõe: sabe o celva (centro de esporte e lazer vida ativa)? música ao vivo, cardápio variado e cerveja gelada... um belo apelo, creio. o que você acha? tarde da noite... eu, sem muita perspectiva, aceito: não tenho idéia melhor...

no celva, depois de desembolsar 20 pratas pra atravessar o portão principal, não encontro mesa alguma próxima ao palco! voltamos, então, e um pouco mais, até encontrar uma mesinha no canto, longe, onde nos instalamos. com o cardápio aberto, procuro por torta de frango, receita que experimentei anos atrás, quando conheci o lugar... não encontro torta alguma! vamos à cerveja, declaro, um tanto decepcionado... mas onde está o garçom? não o encontro em parte alguma! meia hora mais tarde, depois da promessa de ser atendido em um minuto, um estalo, uma idéia melhor: thiago, vamos pra outro lugar?

devido às circunstâncias (atendimento ruim + final de mês), decidi reaver o dinheiro investido na entrada... mas o caixa, protegido atrás da barreira de vidro, protesta, balançando a cabeça negativamente: isso não vai ser possível, meu amigo! como não vai ser possível, brada o meu irmão impaciente, testando a resistência do muro: onde está o gerente? um senhor franzino, de expressão triste e conformada, intrometer-se: eu sou o gerente. peço que me desculpem a falta... o atendimento, lento, eu lamento... vou devolver o seu dinheiro... e confessa: no seu lugar, eu faria o mesmo.

12 de outubro de 2007

feriadão

ana, a minha pequena, doce do norte, primeira chuva de setembro, declara estar preocupada, pois hoje estou só...

donana foi visitar vovó em minas, levando consigo uma de suas dez irmãs e um sobrinho... voltam no domingo. thiago foi a pirinópolis, atrás duma roots limpinha e com dinheiro... volta no domingo (frustrado, talvez). velho davi, pescador, foi pescar... esse, só deus sabe quando volta.

... e ana, o meu anjo, preocupada porque estou só... você tem de sair, disse, ser feliz.

a agenda não atrapalha, tampouco decepciona: hoje é aniversário de kelly, moça aplicada e, deus sabe, cheia de energia; robson quer jogar sinuca, porque acredita, creio, ser eu o único apto a oferecer algum desafio (todos os nossos amigos são bons... bons demais); luziânia, cidade histórica, quer ser fotografada... e nik, anfitriã, linda e loira, ligou hoje cedo; paulo diz que a minha presença faz falta na free play (thanks dude)...

de qualquer forma, decidi ficar em casa... até agora...

mando então uma mensagem sms: ana, vou sair. procurar por esterco, serragem e fertilizante. quero cultivar papoulas.
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papoula: planta de até 80cm de altura, de caules finos cobertos por delicada penugem e folhas estreitas, divididas em segmentos lanceolados. a papoula silvestre dá flores brancas, rosas, laranja ou vermelhas, sempre com a base das pétalas brancas. da papoula somniferum se obtém o ópio, retirado a partir do látex encontrado nas cápsulas que não atingiram a maturação... também dessa espécie é extraída a morfina. as flores desabrocham no fim do verão.
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às vezes, só às vezes, acho mesmo que sou mesmo um tanto louco...